Veja o artigo da engenheira sanitarista Andréia May, da Divisão de Planejamento Operacional da Casan, publicado no jornal A Notícia em 8 de setembro de 2016.
Agora que a pira olímpica foi apagada, resta-nos encontrar caminhos de manter acesas as discussões ambientais evidenciadas durante a abertura dos Jogos Rio 2016.
Ao narrar as belezas naturais brasileiras, terra conhecida mundo afora como grande reservatório de águas superficiais e subterrâneas, abrigo da maior floresta tropical do planeta e refúgio de inúmeras espécies animais e vegetais, a cerimônia mostrou que todos devem atuar em prol da preservação ambiental. Além disso, ressaltou-se que a busca por soluções para os impactos já existentes e a manutenção dos recursos mínimos necessários para o atendimento das demandas das futuras gerações independe de fronteiras políticas.
Lembrou-se também que o aquecimento global é um fenômeno de escala planetária e que, caso não seja remediado, poderá alterar a aparência de importantes cidades, entre elas, a própria sede olímpica de 2016.
Ações simples, como o plantio de árvores, foram apontadas como medidas mitigadoras dos efeitos adversos já em curso, e o logotipo olímpico, dessa vez formado pelo entrelaçamento de centenas de arbustos, foi o símbolo maior dessa nova forma de pensar e agir.
O clássico lema das Olimpíadas, “mais rápido, mais alto e mais forte”, mostrou-se mais verdadeiro do que nunca, servindo de inspiração tanto para as competições esportivas quanto para a conscientização ambiental. Precisamos ser mais ágeis, visar metas progressivas e atuar fortemente para que uma era sustentável seja a atingida.
Para tanto, não podemos nos esquecer de que uma mudança global é iniciada com atitudes locais. Assim como a despoluição da Baía de Guanabara não deve constar apenas como promessa olímpica, aprofundemos o olhar para nossas cercanias, a exemplo da Lagoa da Conceição e diversos outros mananciais espalhados por todas as regiões de Santa Catarina.
Eis os verdadeiros legados da Rio 2016, algo muito maior e significativo do que qualquer uma das estruturas construídas para o evento. Espera-se que a emoção da cerimônia de abertura continue nos motivando rumo à perpetuação dessa filosofia. E que venham as Paraolimpíadas.